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Competência não tem relação com gênero, mostra II Diálogos

06-10-2022 - Fonte: Espaço da Cidadania

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(Texto de Auris Sousa)

 

Competência não tem relação com gênero, cor ou deficiência. No entanto, o pré-conceito, muitas vezes, define a posição de cada um no mercado de trabalho.  É o que mostrou nesta quarta-feira, 5, o II Diálogos sobre Diversidade, organizado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) de São Paulo, o Espaço da Cidadania e seus amigos pela inclusão.

Logo no início do encontro, que aconteceu pelo aplicativo ZOOM, Valdirene de Assis, Procuradora do MPT-SP, reforçou a importância da atuação dos sindicatos na conscientização social sobre os direitos dessa parcela da população e no combate à discriminação. Também destacou a importância de as normas coletivas serem direcionadas a inclusão de pessoas com deficiência, mulheres, grupo LGBTQIAP+, negros

“Este encontro tem o objetivo de mostrar que, além dos temas clássicos, as lideranças sindicais precisam tratar dos temas relacionados a inclusão e acessibilidade, a gênero e raça. E pensar que a atuação sindical pode ser um marco no trabalho de inclusão que pode de fato ajudar muito a categoria pensando em todas as pessoas que compõe esta categoria”, disse.

Mulheres

No que se refere as mulheres no mercado de trabalho, Adriana Marcolino, técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), destacou que, apesar dos avanços, o caminho ainda é longo para que de fato a participação das mulheres seja efetiva. Para haver mudanças, destacou a atuação do movimento sindical e a necessidade de um olhar mais amplo, principalmente ao que se refere as normas coletivas.

Para ela, as pautas precisam ir além daquelas relacionadas a maternidade. “As normas precisam avançar na permanência, progressão na carreira, acesso a setores que não são focados para as mulheres, contra assédio e violência”, observou. Além disso, a técnica considera importante a participação de mais mulheres no meio sindical, bem como a participação delas nas negociações: “assim os temas apareceriam de forma mais frequente”.

Quando a mulher é mãe a situação ainda é mais delicada. E se o filho tem deficiência as dificuldades aumentam. Por isso que Edson Defendi, Consultor em Diversidade e Inclusão com ênfase a pessoas LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência, defende que exista uma política de trabalho específica para pais que têm filhos com deficiência.

“Precisa de licença maternidade, paternidade, dependendo da condição de vida da criança a flexibilidade precisa estar na pauta. Isso tem tudo a ver com a questão de gênero. Gênero se faz com relação, e o cuidado deve ser de todos, porém a balança cobra mais de um lado do que do outro. As empresas devem estar atentas a isto”, enfatizou.

LGBTQIAP+

Walleria Suri, consultora em diversidade, chamou atenção para a classificação que todos nós somos submetidos, seja por gênero, raça, idade, religião.  Muitas delas, claro, ela disse ser importantes, mas destacou: “muita gente partindo desta classificação, torna uma parte como um todo”.

Suri explica que algumas características colocam as pessoas em situação de vulnerabilidade, são os chamados marcadores sociais. “Muitas pessoas não possuem apenas uma característica especifica, porque somos construídos por várias.  Eu, por exemplo, estou na de gênero, LGBTQIAP+, pessoas com deficiência [baixa visão]. Elas acumulam a forma de vulnerabilidade que eu tenho da sociedade em várias dimensões”, explicou ao destacar que: para que eu seja incluída eu tenho que ser protegida na minha vulnerabilidade em todas estas características”.

Edson Defendi disse que esta reflexão compartilhada por Suri tem a ver com os marcadores sociais e como a gente se reconhece. “Isso vai nos constituindo e de forma alguma traz aspectos referente as nossas competências, aos nossos valores, mas dependendo da circunstância, isso chega na frente e é quando aumentam e promovem a exclusão”, enfatizou.

Ao longo do encontro, Marcia Hipólito, Consultora em Inclusão de Profissionais com Deficiência e Diversidade no Programa Coexistir/SINCOVAGA, destacou o papel das empresas no processo de dialogar sobre os pilares da diversidade.

"É preciso envolver a todos da organização para a quebra de tabus, da falta de conhecimento, informações destorcidas, quebra de preconceitos.  É um caminho longo a se percorrer mas uma possibilidade é saber quem são as pessoas que compõem a empresa", pontuou.

O Diálogos foi mediado por Marinalva Cruz, especialista em políticas para inclusão profissional de pessoas com deficiência, e Henry Xavier, Jornalista e Relações Institucionais da Unilehu, com acessibilidade em libras. Acesse a íntegra no https://www.youtube.com/watch?v=7_DaEhT3v28

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